A presidente da Associação Mato-grossense de Magistrados, juíza Maria Rosi de Meira Borba, participou no último dia 30 de agosto, na sede da Fecomércio-MT, do lançamento do “Senac Integra”. O programa do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial em Mato Grosso (Senac-MT) visa ofertar cursos profissionalizantes às pessoas privadas de liberdade, inserção de recuperandos no mercado de trabalho e apoio familiar.
Iniciativa considerada inédita no país, o “Senac Integra” conta com a intercooperação do Poder Judiciário mato-grossense, por meio do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo, e Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) via Fundação Nova Chance (Funac). O programa iniciará com a contratação de 30 reeducandos do Centro de Ressocialização Industrial Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande, e da Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, na Capital.
Dados do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo de Mato Grosso (GMF) demonstram que, quando inserido em projetos de ressocialização, o recuperando ou egresso do sistema prisional dificilmente retorna ao crime. Em Mato Grosso, o índice de reincidência entre os que encontraram uma oportunidade de emprego gira em torno de 2%. “Todos ganham com esta ação, a começar pela população que vai ter uma cidade menos violenta. Ganha também o empresário porque não existe mão de obra mais barata que a dos recuperandos. porque aquilo que ele pagar de remuneração ao recuperando ele vai receber em incentivo fiscal”, ressaltou supervisor do GMF, desembargador Orlando Perri.
Para a presidente da AMAM, juíza Maria Rosi, o programa representa inovação por se tratar de uma visão diferenciada. “A Fecomércio busca não só dar trabalho, mas profissionalizar esse reeducando que quando cumprir a pena terá uma profissão da melhor qualidade. E traz para dentro do projeto as famílias, que terão assistência. É um projeto que servirá de base para muitos projetos pelo Brasil inteiro. Isso aqui é acreditar que é possível e recolocar essas pessoas dentro da sociedade”, enalteceu a magistrada.