Não há de haver um causídico do Direito mato-grossense que não conheça ou tenha ouvido falar do Dr. João Antônio Neto. Ele participou da vida de muitos e é referência para tantos outros. A Associação Mato-grossense de Magistrados (AMAM), presta homenagem pela passagem do seu aniversário de 103 anos.
Sua história se confunde com a história do Poder Judiciário de Mato Grosso. A presidente da AMAM, Maria Rosi de Meira Borba, o descreve como uma pessoa de inteligência privilegiada, amante da literatura, que engrandece a história do Judiciário mato-grossense e é referência aos profissionais do Direito.
“Nosso magistrado associado mais longevo. Prestamos homenagens, mas sabemos que nunca estarão à altura de sua grandeza. Dr. João dedicou sua vida ao estudo, ao trabalho, à família e à Justiça. É um ser humano único, sinônimo de competência em tudo o que se propôs a fazer na vida. Desejamos saúde e alegrias ao inesquecível João Antônio Neto”, disse ela.
Como advogado foi Chefe da Casa Civil, Consultor Geral e Procurador Fiscal do Estado de Mato Grosso e Conselheiro da Ordem dos Advogados de Mato Grosso (OAB-MT).
Em 1959, fundou a Comarca de Rondonópolis, criou a Escola da Magistratura, foi presidente e vice-presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso e do Tribunal Regional Eleitoral, compilou e organizou revistas jurídicas e anuários como os Anais Forenses do Estado de Mato Grosso.
Desembargador, entre 1967 e 1973, aposentou-se, mas continuou trabalhando sendo conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso (OAB-MT) entre 1979-1985; assessor técnico da Presidência do TJMT (1988) e conferencista. É ex-presidente e membro da Academia Mato-grossense de Magistrados e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso.
Escritor imortal da Academia Mato-grossense de Letras (AML - Cadeira 25), é autor de 20 livros, dentre os quais, “A História do Poder Judiciário de Mato Grosso”. É membro do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso-IHGMT; União Brasileira de Direito Criminal, Academia de Letras Maçônicas MT, Academia de Direito e Ciências Políticas, dentre outras instituições.
Fundou a revista cultural Canga, em 1951, um veículo que marcou época no Estado.
Professor titular e fundador da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), João Antônio Neto lecionou por muitos anos na UFMT, na Universidade de Cuiabá (UNIC), na Esmagis-MT e na Escola Superior do Ministério Público de Mato Grosso.
Nasceu em 1920, em Couto de Magalhães (Goiás, hoje Tocantins). Cursou o ensino fundamental no Colégio Coração de Jesus, em Guiratinga (1930-1934), e o secundário no Colégio São Gonçalo, em Cuiabá (1937-1941).
Bacharelado pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro (1944-1948). Em 1958, foi aprovado no concurso para juiz no Judiciário mato-grossense e em 1967 ascendeu ao desembargo.
Dentre suas publicações estão as obras como Vozes do Coração (Cuiabá, 1941), Três Gerações (Rio de Janeiro, 1949), Poliedro (Goiânia, 1970), Remanso (Cuiabá, 1982), História do Poder Judiciário de Mato Grosso, v. 1 (Cuiabá, 1983), Silhuetas (Cuiabá, 1988), Ementas Exemplares do Tribunal de Justiça, v. 1 (Cuiabá, 1990) e História do Poder Judiciário de Mato Grosso, Colônia e Império (Cuiabá, 2004).